quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beira-Rio: São 36 árvores na mira da preservação

Ministério Público ameaça embargar segunda etapa da reurbanização

BLUMENAU - Dos 74 ipês, ligustros, flamboyants, sibipirunas e champacas da Beira-Rio, a prefeitura quer manter apenas 22 para executar o projeto de reurbanização entre as pontes Adolfo Konder e do Biergarten. Porém, ontem, uma vistoria dos ministérios públicos Federal e Estadual e Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) avaliou que outras 14 árvores também devem ser preservadas pelo município. Hoje, às 14h30min, no Fórum, se buscará consenso com a Faema para preservar 36 plantas. Um Termo de Ajustamento de Conduta será proposto ao prefeito João Paulo Kleinübing. Se ele não assinar, será ajuizada ação civil pública, com possível embargo judicial da obra.

– Ou o município preserva essas espécies ou não se faz mais nada na Beira Rio – explica o promotor estadual do Meio Ambiente Luciano Naschenweng.

Outra sugestão que será encaminhada pelo procurador federal Ricardo Donini é que as raízes das árvores sejam mantidas e que o tronco perfure a laje.

– É possível ver que, em algumas plantas, já foi mexido e elas estão encaixotadas. Não pode isso, elas vão acabar morrendo porque não têm nem como respirar – explica o presidente da Acaprena, Leo Carlos.

No relatório do Ministério Público, o critério da Faema para seleção entre árvores exóticas e nativas foi descartado. Os quesitos usados foram paisagístico, função ecológica, estado da árvore e patrimônio da cidade. O biólogo Lauro Bacca explica que foram avaliadas também a condição atual das árvores e se elas se manterão saudáveis mesmo com a obra. O presidente da Faema, Robson Tomasoni, não quis se pronunciar sobre o assunto porque primeiro quer ter acesso às recomendações do Ministério Público, o que ocorrerá na reunião de hoje.

A polêmica das árvores está em evidência desde que, em 3 de junho, cinco plantas foram derrubadas pela empresa contratada para a obra sem a autorização da Faema. À época, através da Polícia Ambiental, foi declarada a suspensão da obra até avaliação das plantas e a execução do projeto foi suspensa.

DOIS CAMINHOS

- Se o município aceitar o Termo de Ajustamento de Conduta, terá de manter 36 árvores na Beira-Rio

- Se o TAC não for aceito, ação civil pública será ajuizada e poderá embargar a obra de reurbanização

A reurbanização

A reurbanização da Beira-Rio, entre as pontes Adolfo Konder e do Biergarten, prevê alargamento da calçada, padronização dos pontos de ônibus, troca do mobiliário e do sistema de iluminação e implantação do corredor exclusivo para ônibus. A prefeitura prevê concluir a obra até dezembro

JORNAL DE SANTA CATARINA  - Reportagem: RAQUEL VIEIRA

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