Ausência da figura paterna é apontada por especialistas como um dos motivos para o acesso dos jovens às drogas e marginalidade
Um levantamento feito pelo Centro de Internação Provisória (CIP) de Blumenau, a pedido do Santa, mostrou que a grande maioria dos internos da unidade não têm a presença efetiva do pai: dos 22 jovens do local, 20 têm pais separados, são órfãos, não sabem quem é o pai ou até são filhos de homens que estão presos.
A psicóloga do CIP, Shirlei Wrobel, afirma que a maioria dos jovens, ao serem levados para o Centro, buscam a figura dos pais. Durante a semana, o interno tem a possibilidade de ligar uma vez para os familiares e receber uma visita pré-agendada em qualquer dia. A presença da figura paterna, porém, não é comum.
— Quem mais participa das visitas são as mulheres, geralmente as mães e avós, já que eles tem uma ligação muito forte com elas— explica Shirlei.
A psicóloga comenta que, durante as conversas que tem com os adolescentes, os jovens costumam relatar que têm o desejo de mudar a convivência que possuem com os pais quando saírem da internação. A reinserção destes garotos nas famílias tem sido um dos objetos de trabalho da psicóloga. Para ela, a ausência da figura "pai" não é fator determinante, mas contribui significativamente para o futuro de uma pessoa.
— Apenas com a mãe no ambiente interno, a criança começa a elaborar um mundo diferente — explica.
Autor de dois livros sobre criminalidade e presidente da ONG Brasil Sem Grades, Luiz Fernando Oderich defende a presença paterna como determinante no desenvolvimento da criança:
— Nossa vida é marcada pela dualidade. Se é bem verdade que nós precisamos do carinho da mãe, também é verdade que, para nosso bom equilíbrio emocional, tenhamos uma figura masculina, paterna, que dê limites e nos apresente a realidade social.
JORNAL DE SANTA CATARINA
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