Dois traficantes seriam responsáveis por 70% da carga de crack e cocaína mensal no Vale do Itajaí, em SC
A Delegacia de Polícia Federal (PF) de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, com o apoio da Secretaria Nacional Anti Drogas do Paraguai (Senad/PY), desencadeou nesta terça-feira a Operação Encruzilhada para desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de drogas.
Os policiais cumprem nesta terça-feira 22 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Itajaí em Blumenau, Timbó, Itapema, Itajaí, Lages, além de Curitiba e Foz do Iguaçu, no Paraná, Santana do Livramento, no Rio Grando do Sul, e Ciudad Del Este, no Paraguai.
O trabalho de investigação nos dois países começou em março. Os policiais descobriram que dois catarinenses foragidos da Justiça desde 2007 estavam no Paraguai, onde montaram uma estrutura para remessa mensal de cerca de meia tonelada de cocaína e crack para os três estados do Sul do Brasil.
Segundo a PF, os dois traficantes juntos seriam os responsáveis pelo envio de cerca de 70% do volume de cocaína e crack que chegava por mês ao Vale do Itajaí.
Os carregamentos eram transportados em compartimentos em tanques de combustíveis de veículos da quadrilha. Como método alternativo, eram também utilizados os serviços de "mulas", que traziam a droga em ônibus de linha que saíam da cidade paraguaia de Ciudad Del Este.
Aproveitando os fretes, a quadrilha também transportaria armas. As remessas seriam feitas várias vezes por semana, segundo a PF.
Investigações
Durante as investigações, que foram feitas com apoio das polícias Militar e Civil, aconteceram 15 apreensões de drogas pertencentes à organização, além da prisão em flagrante de 26 pessoas, dentre as quais "mulas", motoristas da quadrilha e parentes de um dos traficantes que atuavam como braço operacional no Brasil.
No total, foram apreendidos 180 quilos de cocaína e crack, e seis armas, além de 12 veículos e duas motos.
Segundo informações da Senad/PY, os criminosos teriam dado apoio ao traficante catarinense Neném da Costeira quando ele esteve foragido no Paraguai.
De acordo com a PF, a quadrilha tinha casas alugadas em diversos pontos estratégicos do Sul do Brasil para a recepção, "batismo" e distribuição dos carregamentos de cocaína e crack.
Os locais eram operados por espécies de gerentes do tráfico. A quadrilha também tinha uma rede de mecânicos e motoristas de confiança, além de clientes-associados.
O esquema também envolveria o envio de drogas para vários traficantes já condenados, que operavam de dentro de presídios e cadeias públicas localizados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Prisões
Os dois traficantes foram presos no Centro de Ciudad Del Este, quando estavam próximos ao escritório que mantinham na cidade.
Agentes paraguaios encontraram no local 50 munições de calibre 357 e dezenas de aparelhos celulares brasileiros e paraguaios usados pelos traficantes, além de diversos documentos que podem comprovar o tráfico de drogas, segundo a PF. Os dois suspeitos tinham identidades falsas.
Na casa de um dos traficante, foram encontrados precursores para fracionamento de cocaína, uma balança de precisão e colheres com vestígio da droga.
Conforme o acordo firmado com o Ministério Público do Paraguai, os dois traficantes foram imediatamente expulsos do país e entregues a policiais federais brasileiros na Ponte Internacional da Amizade. Eles devem ser processados e cumprirão também as penas a que já estão condenados.
Os presos estão em custódia na delegacia da PF de Foz do Iguaçu e aguardam translado para Santa Catarina, em local ainda a ser definido.
DIARIO.COM.BR
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