terça-feira, 13 de julho de 2010

Operação Encruzilhada cumpre 17 mandados de prisão por tráfico internacional de drogas

Dois catarinenses presos encabeçavam quadrilha que comercializava cocaína e crack

A Operação conjunta da Polícia Federal (PF) e a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad/PY) já cumpriu, nesta terça-feira, 17 dos 22 mandados de prisão preventiva em Itajaí, Blumenau, Timbó, Lages, Itapema, Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Santana do Livramento (RS) e na cidade paraguaia de Ciudad del Este.

Criada para desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de crack e cocaína, a Operação Encruzilhada resultou na prisão de mais de 40 pessoas e apreensão de 180 quilos de crack e cocaína, desde março.

Segundo a PF, dois catarinenses presos encabeçavam a quadrilha que seria responsável por 70% do volume das drogas comercializados em Santa Catarina, mas os envolvidos atuavam também em municípios do Paraná e Rio Grande do Sul.

Os homens são naturais do Vale do Itajaí e já foram condenados por tráfico de drogas na região. Ademir Soares, o "Mi", e Ewaldo Vicente Junior estavam foragidos de penitenciárias catarinenses e moravam em Ciudad del Este, no Paraguai, onde usavam identidades falsas. De lá, chefiavam um esquema que enviava mensalmente para os três estados do Sul cerca de 500 quilos de crack e cocaína.

Na casa de "Mi" foram achados vários objetos utilizados no fracionamento de cocaína, uma balança de precisão e colheres impregnadas de um pó branco, que reagiu positivamente ao teste para cocaína.

Conforme o acordo firmado com o Ministério Público do Paraguai, os dois traficantes foram imediatamente expulsos do país, sendo entregues a policiais federais brasileiros na Ponte Internacional da Amizade. Os presos estão custodiados na Delegacia da PF de Foz do Iguaçu e aguardam traslado para Santa Catarina, para local ainda a ser definido.

JORNAL DE SANTA CATARINA

Operação encruzilhada

OS CHEFES

As investigações da Polícia Federal e Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad) do Paraguai indicam que Ademir Soares, 40 anos, e Ewaldo Vicente Junior, 37, encabeçavam a organização criminosa. Os dois moravam no Centro de Ciudad del Este, no Paraguai. De lá, enviavam mensalmente, somente para Santa Catarina, cerca de 400 quilos de crack e cocaína, além das remessas que eram feitas para Curitiba (PR) e Santana do Livramento (RS)

Ademir Soares nasceu em Itajaí. A mãe, conforme a Polícia Federal, foi presa duas vezes em Itajaí por tráfico de drogas.

Em fevereiro de 2002, Ademir foi preso por tráfico pelas polícias Civil e Federal, em Itajaí. Ademir tem condenações pelo mesmo crime nas Comarcas de Balneário Camboriú e Itajaí e é considerado foragido do Presídio de Tijucas

Ewaldo Vicente Junior é natural de Blumenau. Já foi preso por tráfico de drogas pela Polícia Federal em Santa Maria (RS) e Itajaí. É foragido da Penitenciária de Chapecó

COMO AGIA A QUADRILHA

A quadrilha tinha um forte esquema organizado e a droga era transportada do Paraguai para os três estados do Sul de duas formas:

1. Ou usando o serviço dos chamados "mulas", que transportavam a droga em mochilas ou presas no corpo e faziam o trajeto em ônibus de linha vindos de Ciudad del Este

2.Em compartimentos preparados nos tanques de combustível de automóveis comprados pela organização.

O modo mais usado era o dos tanques de combustíveis. A quadrilha tinha uma rede de mecânicos e motoristas. Depois dos carros preparados para a distribuição nos estados do Sul, um motoqueiro da quadrilha fazia o serviço de batedor: ele ia na frente, percorrendo cada cidade e repassando informações sobre a presença de policiais no percurso.

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