terça-feira, 27 de julho de 2010

Entidades iniciam movimento contra a violência em Santa Catarina

As ações ocorrem após os assassinatos de dois advogados em Florianópolis em menos de um mês

Entidades da sociedade civil em Santa Catarina estão mobilizadas para a criação de um movimento contra o aumento da violência no Estado. As ações ocorrem após os assassinatos de dois advogados em Florianópolis em menos de um mês.

Nesta terça-feira, o presidente da Associação dos Advogados Criminalistas de Santa Catarina (Acrimesc), Valdir Mendes, anunciou a formação de uma comissão para atuar junto às demais entidades de classe para a organização de ações pela paz e a cobrança de medidas efetivas no combate à violência junto aos órgãos de Segurança Pública.

— Não só pelo fato das mortes dos dois colegas de classe, mas pela frequência cada vez maior de acontecimentos violentos que atingem diretamente a socidade. Todos estamos com receio de onde isso pode parar — explica Mendes.

Ele espera que a mobilização seja levada à Assembleia Legislativa, sob a forma de debate, e que outras entidades façam parte da iniciativa. Um requerimento será levado ao presidente da Casa.

— Queremos um movimento sério para que possamos minimizar as ocorrências criminais, uma "luz no fim do túnel" que conforte a sociedade (...) Estamos em ano político. Não adianta virem com promessas que não serão cumpridas. Os políticos têm de entender que também são vítimas desses problemas — defende o advogado.

Mendes aponta medidas que poderiam minimizar o crescimento da violência em cidades catarinenses. Segundo ele, maiores investimentos na capacitação das polícias e do sistema prisional, além de adequações no processo de reeducação de presos, poderiam amenizar os problemas na área de Segurança. 

OAB-SC promove ato público

Iniciativa semelhante também foi definida pela regional da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-SC), que começou, ainda na semana passada, a encaminhar convites para os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, Ministério Público, conselhos de classe e sindicatos para que encampem uma campanha pela paz.

Um ato público está programado para o dia 7 de agosto no Mercado Público de Florianópolis. 

— Pretendemos fazer com que a sociedade civil organizada se mobilize para que tenhamos mais segurança, como era há pouco tempo atrás. Santa Catarina foi um estado considerado calmo, onde todos podiam trabalhar, sair e se divertir. Dormir mesmo quando nossos filhos estão fora de casa. Hoje não é assim — analisa Paulo Borba, presidente da Oab-SC.

Assassinatos

No dia 10 de junho, o advogado Rodrigo da Luz Silva, de 34 anos, foi morto a tiros pelo assessor de comunicação do Ministério Público Federal Rogério Postai, 48 anos, no bairro Campeche, em Florianópolis.

O motivo do assassinato teria sido divergências de condomínio entre a vítima, que era síndico do Condomínio Villagio, no bairro, e o suspeito, morador, que acabou preso.

Em 22 de julho, o também advogado Paulo Cesar Martins, de 47 anos, acabou assassinado com três tiros na porta do seu escritório no centro de Florianópolis. O suspeito do crime continua foragido.

CBN/DIÁRIO/JSC

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