segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Empresas disputam classes C e D e preveem faturar até 80% a mais

Empresas e consultorias especializadas em atender o mercado de baixa renda esperam faturar até 80% a mais neste ano, com projetos voltados para consumidores emergentes.

Os brasileiros das classes C e D passaram a ser "disputados" por diferentes segmentos econômicos depois que as empresas perceberam o potencial de compra desses consumidores. Só neste ano estima-se que as duas classes juntas devem movimentar R$ 834 bilhões.

"Cresce o número de empresas que buscam consultoria para atender os consumidores dessa faixa de renda", afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, que já registrou aumento de 62% em seu faturamento, no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2009, em função da maior procura e interesse das empresas nesse mercado.

De janeiro a setembro deste ano, 39 empresas (das quais 27 são multinacionais) contrataram o Data Popular para desenvolver 75 projetos (de pesquisa,
estratégia de negócios e reposicionamento de marca) para consumidores de baixa renda. O crescimento em relação ao número de projetos desenvolvidos no mesmo período de 2009 foi de 55%.

A previsão do instituto, uma das três consultorias especializadas nesse ramo, é faturar 80% mais até dezembro sobre o resultado de 2009.

Para entender o comportamento das famílias com renda de um e dez salários mínimos e auxiliar novos negócios destinados a esse público, o instituto Data Popular vai realizar amanhã e quanrta-feira o primeiro congresso nacional para discutir ações e iniciativas para os "mercados emergentes".

O congresso vai reunir no hotel Renaissance, em São Paulo, empresas com experiência nesse mercado e executivos que recentemente têm adotado iniciativas para atender as carências desse consumidor.

Entre eles estão a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, a diretora de Marketing da TAM, Manoela Amaro, o vice-presidente do Mc Donald's, Mauro Multedo, e o vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar, Hugo Bethlem.

AVIAÇÃO E CLASSE C

Recentemente o Magazine Luiza fechou parceria com a Azul Linhas Aéreas para lançar um novo serviço de venda de passagens e pacotes em algumas lojas da rede em Limeira, Campinas e Sorocaba, no interior paulista. A parceria é também uma reação à lançada pelas Casas Bahia, que começou a vender bilhetes da TAM em três de suas filiais na capital paulista.

O mercado de aviação é um dos que mais cresce impulsionado pela melhora na renda da classe C. Seis a cada dez brasileiros que planejam viajar de avião pela primeira vez nos próximos 12 meses são da classe C (com renda de três a dez salários mínimos), segundo estimativa do Data Popular a partir de levantamento feito com 5.000 consumidores de todo o país durante o primeiro semestre. Esse é um dos temas que será abordado no congresso.

"Entender que as classes C e D são formadas por consumidores de comportamentos tão distintos é crucial para qualquer negócio. Enquanto o consumidor tradicional quer produtos e serviços que ofereçam exclusividade, o emergente busca aceitação e pertencimento, se tornando mais fiel a marcas que o acolhem com atenção", afirma Meirelles.

"Como a nova classe média já representa metade da população, e vai continuar crescendo com a ascensão social da classe D, as empresas precisam entender que o consumidor de baixa renda não é mais um nicho de mercado, mas sim um cliente em potencial."

folha.com.br

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