quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mundo tem 57 milhões de homens a mais que mulheres

ONU diz que infanticídio e abortos em países mais populosos geram desequilíbrio

O relatório Mulheres do Mundo 2010, publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta-feira (20), mostra que há 57 milhões de homens a mais que mulheres em todo o mundo. A informação contradiz o mito de que o sexo feminino é predominante. Mas há grandes diferenças entre regiões: enquanto faltam homens na Europa, eles são maioria na Índia, por exemplo.

O estudo aponta que, na maior parte dos países, existe mais concentração de mulheres do que de homens. É o caso do Brasil, onde há 97 homens para cada 100 pessoas do sexo feminino.

No entanto, nos lugares mais populosos do mundo - como China, Índia e Bangladesh - a proporção de homens é maior, desequilibrando o número global. Entre os chineses, por exemplo, há 108 indivíduos do sexo masculino para cada 100 mulheres. Na Índia, a proporção é de 107 para 100.

A pesquisa indica que tal disparidade “pode ser uma consequência de uma preferência nesses países para se ter filhos homens, em vez de mulheres, e a detecção precoce do sexo do feto, que leva a abortos”.

Na China comunista, a política do filho único para controlar o crescimento da população completou 30 anos no mês passado. Ela gerou uma onda de abortos maciços e assassinatos de bebês mulheres. A ONU aponta que o número total de meninos chineses com até 20 anos excedia em quase 21 milhões o de meninas no ano 2000.

Mas as mulheres continuam sendo a maioria entre a população idosa em todas as regiões do mundo. Elas são mais de 50% da população total com mais de 60 anos. A pesquisa destaca o caso do Leste Europeu, onde a taxa é de 63%, e do sul da África, que concentra 59% de idosas.

Mulheres morrem mais por doenças cardiovasculares

Outro mito derrubado pelo relatório é em relação à saúde da população. O documento diz que “as mulheres são mais propensas a morrer de doenças cardiovasculares, especialmente na Europa”. Dados de 2004, compilados pelo relatório, mostram que, naquele ano, 32% das mulheres morreram de doenças do coração, contra 27% dos homens.

Sobre o consumo de álcool, um levantamento feito em oito países em desenvolvimento mostra que os argentinos tiveram o maior índice de bebedores frequentes: perto de 90% das mulheres e quase 100% dos homens, entre 18 e 29 anos.

O Brasil aparece em quarto lugar entre os oito países pesquisados, com pouco mais de 40% das mulheres e 60% dos homens dizendo beber usualmente, na mesma faixa de idade. Em último, ficou a Nigéria, país em que metade da população segue o islamismo, que proíbe bebidas alcoólicas.

Ao menos 12% já sofreram violência física

As mulheres continuam sendo as maiores vítimas da violência no mundo. Ao menos 12% delas sofreram abusos físicos ao menos uma vez na vida, mostra o relatório.

Em algumas regiões, como a Zâmbia, o índice chega a 60%. No Brasil, onde agora são protegidas pela lei Maria da Penha, 30% delas já sofreram algum tipo de violência sexual do próprio parceiro.

A mutilação genital feminina, ainda comum em países muçulmanos do norte da África, vem diminuindo. Mesmo assim, em vários países a porcentagem de mulheres ente 15 e 49 anos que foram submetidas à mutilação genital é extremamente alta. Na Guiné e Eritreia, por exemplo, a taxa se aproxima de 100%.

Portal R7

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