Maior colégio estadual do Sul do Estado perderia sala de magistério e 1º ano do Ensino Médio
O maior colégio estadual do Sul de Santa Catarina, o Sebastião Toledo dos Santos, conhecido como Colegião, em Criciúma, está prestes a ter duas salas de aula fechadas — uma de Magistério e outra de 1º ano do Ensino Médio, por determinação da Secretaria Estadual de Educação.
Conforme os professores, a Secretaria alega que as turmas, cada uma com 17 alunos, são compostas por número insuficiente de estudantes. A dissolução delas ocasionaria superlotação de outras salas de aula.
De acordo com a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Cintia Souza, inicialmente, a determinação era de fechar quatro turmas, mas os professores contestaram e duas seriam mantidas. Na quarta-feira passada, a secretaria teria informado de que todas deviam ser encerradas.
A turma de 1º ano trata-se de um grupo criado pela Secretaria para possibilitar o ensino da Língua Espanhola. Em 2005, explica Cintia, uma lei federal obrigou as escolas públicas e privadas a oferecerem a disciplina, mas, em 2009, a secretaria teria excluído da grade.
Diante da reação do sindicato, criou essa turma na escola. E a outra é uma turma de 3º ano de Magistério, que forma professores e precisa de supervisão de aulas práticas.
Ameaças
— Os professores já sofreram ameaças da Secretaria de terem a folha de pagamento trancada. Isso não é uma questão salarial, mas de qualidade de ensino — protesta Cintia.
A vice-coordenadora estadual do Sinte, Janete Medeiros, afirma que entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação e foi orientada a encaminhar uma denúncia por escrito ao secretário em exercício, Silvestre Heerdt.
— Não há tempo hábil para isso. O Ministério Público recomendou a essa escola que a partir de 2009 o número de alunos em sala é de 24, o que não conseguimos cumprir ainda e temos 30 em média. Se desrespeitarmos a pedido da Secretaria isso vai causar superlotação — alerta Janete.
Em acordo entre os professores da escola, ficou decidido que as aulas serão mantidas, mas em horário reduzido, 30 minutos. Para segunda-feira estão programadas manifestações na escola.
O que diz a secretaria
O diretor de Educação Básica do estado, Antônio Elízio Pazeto, afirma que a Secretaria está ciente do caso e reanalisando a situação. Disse que nesta segunda-feira a Secretaria terá posições mais esclarecidas.
Jornal de Santa Catarina
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