sexta-feira, 4 de junho de 2010

“Assim como aconteceu comigo, pode acontecer com outros”

ENTREVISTA PETERSON IGLESIAS, CICLISTA VÍTIMA DE ACIDENTE

No final da tarde da última segunda-feira, o primeiro dia útil após a abertura do tráfego sobre o Trevo da Mafisa registrou também o primeiro acidente. Um ônibus do transporte coletivo urbano de Blumenau, que trafegava da região das Itoupavas para o Terminal do Aterro, atropelou o ciclista Peterson Iglesias, 33 anos, sobre o viaduto. Ele atravessava a pista - que não tem ciclovia nem faixa de pedestres - quando foi atingido. Teve múltiplas fraturas e hemorragia interna. Iglesias se recupera dos ferimentos internado no Hospital Santa Isabel.

Jornal de Santa Catarina - Como está seu estado de saúde?

Peterson Iglesias - Tem sido muito difícil para mim, só com fé em Deus. Tenho muitas dores, estou com a perna direita quebrada e ralada, tive traumatismo craniano, levei 20 pontos na perna esquerda. No abdômen acabei de passar por uma cirurgia e levei mais 20 pontos. Fraturei a bacia e o ombro esquerdo. O médico disse que eu terei de ficar deitado por dois meses.

Santa - O que você fazia no viaduto?

Iglesias - Eu passo por ali todos os dias. Trabalho como assistente de marketing na Distribuidora de Bebidas Hess. Moro no Bairro Fortaleza, próximo à Dudalina. Vou de bicicleta todos os dias porque o caminho não é longo. Era 17h40min, eu estava saindo do trabalho.

Santa - Como foi o acidente?

Iglesias - Foi muito rápido. Tinha acabado de conversar com dois guardas de trânsito. Desci da bicicleta para atravessar a pé a Rua Dr. Pedro Zimmermann. Na hora não tinha carro, apenas um caminhão vinha em minha direção, mas fez sinal de luz para eu atravessar. De repente apareceu o ônibus e me atingiu.

Santa - Qual a maior dificuldade para pedestres e ciclistas no trecho?

Iglesias - Ali não tem sinalização para pedestre, nem faixa de segurança. Espaço para passar de bicicleta, muito menos. O pior é que, assim como aconteceu comigo, pode acontecer com outras pessoas. O jeito é redobrar a atenção.

Fonte: Jornal de Santa Catarina

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