terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pão de trigo ficará mais caro, com reajuste do preço de até 7%

Aumento deve ocorrer ainda este mês em Florianópolis, onde custo do quilo varia de de R$ 6 a R$ 8

Alexandre Lenzi

A alta do trigo no mercado internacional está chegando na ponta da cadeia. O preço do pãozinho brasileiro deve sofrer reajuste entre 5% e 7%. Na Grande Florianópolis, o repasse ao consumidor ocorre ainda neste mês. Hoje, o preço do quilo do pão de trigo na Capital fica entre R$ 6 e R$ 8.

O presidente do Sindicato das Panificadoras e Confeitarias (Sindipan) da Grande Florianópolis, César Murilo Barbi, que representa 600 empresas da região, confirma a previsão de alta, mas diz que o índice de aumento vai variar de empresa para empresa. Segundo ele, algumas já reajustaram o preço, e a maioria deve repassar o aumento nas próximas semanas.

O motivo da alta do grão no mercado internacional é a seca que afeta Rússia, Estados Unidos e Canadá, os maiores produtores de trigo do mundo. E a Argentina, outra grande produtora, está priorizando o mercado nacional.

Como o Brasil importa metade do trigo que consome, a alta internacional vai influenciar os preços internos, com os do pãozinho, dos biscoitos e das massas.

O presidente do grupo Moinho Pacífico, um dos maiores do país, Lawrence Pih, espera que os estoques da indústria durem até setembro, quando entra a safra nacional. Mas ele acredita que o produtor brasileiro deve equilibrar o preço com o internacional, o que manterá o cenário de alta.

Lawrence lembra que o aumento não passa por toda a cadeia produtiva na mesma proporção. Neste ano, o preço do trigo já subiu cerca de 70% no mercado internacional. O impacto na farinha fica entre 20% e 25%. Nas massas, deve chegar a 15% e no pãozinho, entre 5% e 7%.

— Mas vai ser um aumento gradativo, se o cenário permanecer o mesmo — aponta.

Alta da energia impacta na produção

Na Panetteria, da Capital, o aumento ainda não chegou, mas a dona Helena Maria Pereira diz que os distribuidores já informaram que o reajuste está para ocorrer. Ela pretende passar a maior parte do aumento para os produtos mais elaborados.

— Segurar tudo não dá, mas prefiro aumentar outras coisas no lugar do pãozinho, que todo mundo compra e assusta mais quando aumenta muito — explica.

Barbi, do Sindipan, lembra que, além do aumento do pão, as padarias catarinenses lidam ainda com um reajuste no pagamento da mão de obra e com a alta da energia elétrica (que teve reajuste médio de 9,85% no último sábado).

Ele diz ainda que metade do custo do pãozinho é de encargos sociais e fiscais e de impostos. Em média, um quarto é o custo da matéria prima e um quarto é o lucro das padarias.

— Com estes aumentos, temos um custo que precisa ser repassado ao consumidor —defende.

JSC

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