quinta-feira, 15 de julho de 2010

Empresas de banda larga no Brasil omitem informações ao consumidor

Conclusão faz parte de uma pesquisa feita pelo Idec

O brasileiro paga caro pela internet e não recebe as informações corretas sobre o serviço que é oferecido. Essa é a conclusão de uma pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que comparou o preço e a qualidade da banda larga em seis capitais brasileiras.

Estela Guerrini, advogada do Idec e responsável pela pesquisa, comentou o resultado.

- A internet no Brasil é cara, lenta e restrita.

Na visão do instituto, a concorrência "quase inexistente" é a principal vilã para os preços da banda larga no mercado brasileiro.

Para ter internet rápida em casa, o brasileiro paga em média R$ 49 (US$ 28) por mês, valor que chega a 4,58% da renda per capita no país, segundo o Idec.

Nos Estados Unidos, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita dos americanos e, na França, é de 1,02%. Além disso, apesar de pagar caro, o consumidor brasileiro não recebe um bom serviço.

Segundo levantamento recente realizado pela empresa americana Akamai, a velocidade de tráfego da internet brasileira é uma das mais lentas do mundo.

A pesquisa mostra que a velocidade média é de pouco mais de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coreia do Sul, líder do ranking.

Além disso, 20% das conexões no país têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa longe da velocidade mínima estabelecida pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), entre 1,5 e 2 Mbps.

O Idec aponta ainda diversas deficiências de qualidade na prestação do serviço aos clientes. A principal queixa do órgão de defesa do consumidor é em relação à variação da velocidade, pois a maioria das empresas só se compromete a entregar um porcentual mínimo de conexão. De acordo com o Idec, o site e o SAC (serviço de atendimento ao consumidor) da Ajato, por exemplo, nada falam sobre o problema. E o contrato prevê que a operadora não se responsabiliza pelas diferenças de velocidade em decorrência de fatores externos.

Na NET, o site e o SAC nada falam sobre variação de velocidade. Mas o contrato prevê que a velocidade máxima ofertada em cada uma das faixas é de até 10% da indicada.

No caso da Telefônica, o site não fala sobre variação de velocidade e o SAC informa que a velocidade pode variar. O contrato, por outro lado, prevê que as velocidades estão sujeitas a variações.

O site da GVT não informa sobre variação de velocidade. O SAC informa que há pouca variação de velocidade e o contrato prevê que algumas velocidades máximas são garantidas apenas para o acesso à rede da GVT.

A Oi, segundo o Idec, também não dá informações sobre variação de velocidade no site da empresa. Seu SAC informa que a velocidade é sempre a mesma, em qualquer horário, e o contrato, por outro lado, prevê que as faixas de velocidade não são garantidas.

Procurada, a GVT informou que sua proposta de valor é oferecer "o melhor custo-benefício do mercado". A Telefônica informou que "tem compromisso com a garantia da qualidade na oferta e prestação do serviço de banda larga, seja com a marca Speedy, seja com a marca Ajato". A Oi informou que "os custos incorridos na prestação do Oi Velox (...) são diferenciados por localidade". Já a Net disse que "garante em contrato o mínimo de 10% da velocidade contratada, e não apenas 10%".

R7

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