segunda-feira, 28 de junho de 2010

Anistiado pobre fica sem receber indenização

Dos 44 anistiados do Araguaia, cinco já morreram

Vítimas do regime militar das camadas mais humildes da população têm ficado à margem da concessão de indenizações pela Comissão de Anistia. Os processos referentes a barqueiros, agricultores, lavadeiras e pequenos comerciantes que sofreram tortura são tão demorados que eles estão morrendo de velhice sem ter recebido nada.

Esse é o caso do comerciante Renovato Pereira Neto, de 71 anos, de São Geraldo do Araguaia. Acusado pelo Exército de vender munição para integrantes da Guerrilha do Araguaia, no começo dos anos 1970, ele passou quase três décadas sofrendo os traumas de choques elétricos. Em 2004, conseguiu entrar com pedido de indenização. Renovato morreu dois anos depois sem conseguir receber o benefício.

Dos 44 anistiados do Araguaia, cinco já morreram. Sezostrys Alves da Costa, representante da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, diz que "a Justiça tem de tomar uma decisão definitiva. Ou permite os pagamentos ou acaba de vez com a esperança do pessoal". A associação conta com 280 integrantes.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou na edição deste domingo (27) que indenizações de R$ 4 bilhões pagas ou aprovadas pela Comissão de Anistia para perseguidos políticos poderão ter os valores revistos pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Proposta em análise no órgão prevê a possibilidade de reduzir os benefícios concedidos aos anistiados. As indenizações já aprovadas somam um total de R$ 4,2 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: R7 Notícias

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